sexta-feira, 15 de abril de 2011

Disturbed Brain

Cérebro surgido por engano, prematuramente no inferno..
Pretérito implacável, aproxima-se lentamente em movimentos
bruscos, pronto para destruir a cerca.

Córtex de papel, timidamente rabiscado em tinta colorida..
Não vamos sair.. Não vamos falar..

Atire em mim, encontre-me às 06:00 em lugar nenhum..
Lá estarei triunfal, pronto para morrer mais uma vez..

Profundamente abaixo da linha de seus pensamentos, vamos
mesclar o amor com nosso dinheiro..

Não vamos sair.. Não vamos à lugar algum..

Eu lhes digo onde estive, vocês mostram suas marcas..
Eu aliviarei suas dores, vocês me mostram seus desejos..
Eu colarei suas almas, vocês revelam os segredos..

Mesclar amor.. Não vamos falar, não vamos estar..
Não iremos abrir os olhos, uma vez que a visão nos
assustará..

Está difícil existir, quando o sol carbura fedor de
misericórdia a um lugar tão sujo..

Não vamos sair.. Não vamos à lugar algum.

sábado, 9 de abril de 2011

I.R.C.S

Minha alma está distorcida como a realidade.
Andou escura como a morte.
Vazia como um buraco negro.

Mal tive notícias do que a poderia livrar da
soberba.
Mal ouvi rumores sobre o paradeiro da salvação.
Apenas aguardei desencadeando o meu espírito revoltado
no espaço.

Entretanto, nunca havia a perdido. A fé...
Sempre estava ali, guardada, exalada todas as noites,
espremida, amassada.. Embora intacta.

Esse poder de me salvar e ao mesmo tempo fornecer-me amor
ascendeu novamente após um curto período, que para
mim assemelhou-se à décadas de apreensão.

Estava perante mim novamente. Não físicamente.
Porém, de forma que pudesse projetar, sentir.. Embora não pudesse enxergar,
isso não era relevante. Poder fornecer
meu amor sem recorrer a objetos nostálgicos guardados
em uma caixa de alumínio de cigarros.

Agora em suma, consegui compreender o porquê...
O motivo pelo qual amo tal sorriso...

...Ele apenas é o que drena as sombras de minha alma.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

The Gardener

 Jardineiro Fiel, não falas, caminha com seu moletom acima dos tornozelos.
Contando as nuvens e gotas da chuva que precipitam sobre o solo. Tua misteriosa mente assimila de forma peculiar aquilo que recebem seus profundos olhos negros.

Valente Jardineiro, entra-te no matagal, apara o capim defecado. Sinta o cheiro da flora suspendendo teu espírito ao cume da dor.

Jardineiro solitário, tua face revela a maldade que o tempo maquinou contra teus sonhos. Sem alma alguma que o contemple a regar as flores de plástico pertencentes a teu suserano.

Louco Jardineiro, 'cafungando' os pólens dos quais dizem respeito às abelhas, astutas operárias. Mastigando raízes sem gosto. Defenestrando frutos apodrecidos.

Desiludido Jardineiro, pronto para entregar teu corpo putrefato como adubo, junto de seus distantes
companheiros vermes. Um grito precede um terrível déjà vu. Uma extensa "pilha de nadas" resume a vida deste
pobre demônio.

Jardineiro moribundo, preparado para partir sem prantos. Morto há tempos. Preso em celas indivisíveis.
 De pupilas dilatadas, diz adeus à ninguém. Posiciona-se armando um abraço apertado à escuridão, sua unica amiga desde que se lembra.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Blinded By Folly

Isto é o inferno? Não me parece comum brilhar tão baixo.

Estes espelhos irão se quebrar em breve, com os raios
entrando em espiral pelo buraco da fechadura.

Tolos! Não podem compreender. Os costumes hipócritas
vindos de milênios atrás possuíram suas almas..

Culturas estranhas tornam essas vidas monótonas. Satã
é seu inimigo. Lúcifer é seu nome. Satã está
em sua mente.

Cegos demais, a culpa é de seus ancestrais. Semeadores
de farças, jardineiros de dor.

Esperem pelo chamado final, e as lendas serão derretidas.
As fábulas estarão em suma desmascaradas.

Enquanto tudo encontra-se submerso e dividido em guerras de crenças divergentes.. Nosso verdadeiro inimigo como um verme degusta nossos
cérebros.

Não temos um abrigo agora. Não temos um apoio. Estamos totalmente
solitários.

O sol há muito não se faz presente. O vento há muito vem seco do norte cortando
nossa respiração.

Onde está nosso Deus? Vocês choram enquanto as chamas torram de vez suas almas corrompidas.

E o mesmo pensamento absurdo de sempre se apossa de vossas mentes. O pensamento
de mudar o passado, inalcançável até para o mais nobre e belo elfo.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Bosque de Pã

Lagarto peculiar... Oh não, sim, talvez... Na verdade penso eu que fosse um camaleão. Se não me pussessem contra ao chão, não poderia captar , vindo distante das galáxias, nas profundezas de marte, gemidos de leão e urros de prostitutas.

Seguiu-se embaraçoso, não sentia meu baço pulsando. Porque não fosse muito comum da parte do baço praticar o ato de pulsar.

Meu cérebro diz: destrua o coração e juntos ergueremos impérios.

 Elfos me flecharam. Roubaram meu dinheiro, queimaram em fogueiras e aspiraram a fumaça, surpreendendo-se com a qualidade.

Pã chifrou-me, pois pisei em sua flauta, destruindo-a em pedaços, me ordenando que comprasse outra na floricultura da encruzilhada. Os elfos cheiraram todo o meu dinheiro, como poderia pagar o prejuízo?

Folclore alucinógeno, saltitante, brilhante de cor escarlate. Eu conheço o lagarto.  Eu sou o lagarto. Eu sou o camaleão. Sou íntimo dos elfos e de pã. Viajei por marte. Se eu pudesse voltar ao passado, conheceria um dia a dama que urra e adotaria um leão que geme. Essas coisas porém, acontecem apenas uma vez. Essas coisas porém, acontecem apenas uma vez.

Meu coração estava intacto, e meu cérebro furioso. Ambos eram obrigados a trabalhar juntos.

Nada mais devia ao Deus dos bosques, nada mais devia aos elfos, nada mais à fazer em terras marcianas.

Areia vermelha guardada em uma garrafa, da qual permiti que o vento levasse, para que junto a terra, semeasse uma nova cultura mixigenada, inimaginável, de deixar reis perplexos.

Essas coisas porém, acontecem apenas uma vez. Essas coisas porém, acontecem apenas uma vez.

Daqui elementais 69 anos luz, devo estar para despertar. Finalmente despertar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Tangled Mind

Surto prematuro.. Mente emaranhada. Mas é tão cedo, tão cedo..
Eu quero correr, oh, eu não posso me esconder.. Não posso
disfarçar este cheiro ruim.

Tão jovem para se perder.. cedo de mais para ver a luz.
Diga-me enquanto ainda conseguir me ver, grite quando eu sumir
entre as ondas.

Distorcendo minha vida, essa é o inferno, não por minha culpa..
Não por opção.. Voltei das chamas, estou molhado.. Cães sarnentos beijem minhas feridas, elas jamais cicatrizarão.

Indigentes puxando minhas pernas pelas calçadas, eles não querem moedas..
Não lhes darei minha alma!

A lesão cerebral é irreversível, eu quero uma autópsia em minha alma, eu quero
meu espírito esfolado..

Limpe minha mente meu amigo..  Limpe-a novamente! Oh, Deus sugue minha mente, oh
alguém atire em minha mente!!

O corte em meu peito lateja, o furo em meus olhos se expande.. Eu não posso gritar. Eu preciso gritar.. Eu estou com câncer. Eu estou com lepra.

E as chamas azuis celesteais reduzem meu corpo à cinzas, e as pólvoras se mesclam à meu
sangue.. E ventos cortam minhas orelhas... Mas eu não posso gritar.. Eu preciso gritar..
Eu sou um verme. Eu sou um rato.

E se algum dia eu lhe encontrar, eu não vou mais me lembrar.. E se algum dia
eu lhe encontrar seu rosto eu não irei beijar, pois eu serei o novo mendigo das calçadas.
Pois eu serei o novo gato das águas, pois eu serei o novo diamante infernal..

E minha pupilas saltam diante de meu nariz, e meu cheiro se expande por toda a avenida.. E os rostos espantados se voltam pra mim..

E minha prece ecoa pela última vez, que suas mãos aqueçam as minhas pela última vez. Que sua pele conforte meus olhos pela última vez. Seu sorriso entorpeça meu espírito pela última vez. Seus olhos despedacem minha alma por uma última vez.

domingo, 27 de março de 2011

Formigas Imigrantes

Formigas imigrantes, subindo a parede.. Correndo para o norte, entrando nos buracos.
Não olhem para o sul, formigas imigrantes.. Peguem suas bagagens, filhas e esposas..

Formigas imigrantes, abandonem o passado, entrem naquela gruta, jamais voltem para o sul..

Formigas viajantes, astutas como o vento.. Percebam o perigo, fujam para norte.. Fujam como os pássaros, gnomos e esquilos.. Não temam, seus passos serão guiados, pelo sábio Flinking Flitch..

Formigas imigrantes, não olhem para trás, o sul não lhes quer mais.. Ao sul pertencem as cigarras, besouros e gafanhotos.. Seres das sombras, seres tiranos, seres cruéis.

Formigas imigrantes, fujam dos demônios, do ferro e do fogo. Formigas anarquistas, contestem o governo. Formigas velocistas, montem suas bicicletas, rumo à cidade prometida.

Trabalhem toda a vida, colham caules e sementes, dividam com sua gente, e no norte pereçam..

Formigas imigrantes... não olhem para o sul, lá reside o perigo, império dos aracnídeos. Lá reside a maldade do capitalismo. Lá jazem seus ancestrais... errôneos e perturbados, que agora enterrados, agonizam arrependidos por todo o mal que sofreram calados..